Em plena comemoração de seu aniversário de 50 anos, a serem completados no domingo (26), a Globo festejará antes os 20 anos de “Malhação”. A novela adolescente faz duas décadas no ar, de forma quase que ininterrupta, nesta sexta-feira (24).
A trama, que já teve mais de 5 mil capítulos veiculados ao longo de 22 temporadas, é o projeto de dramaturgia mais longevo da história da Globo. Nenhum outro programa se manteve por tanto tempo no ar, ainda que o formato tenha se reinventado por diversas vezes, assim como os profissionais e histórias envolvidas.
Abordagem
Um dos maiores segredos de “Malhação” e de sua identificação com o
público jovem está em suas abordagens. Ainda que limitada à
classificação indicativa, diversos temas que fazem parte da vida de
adolescentes e na transição destes para a vida adulta foram trabalhados.
A novelinha, por exemplo, já levantou a bandeira do uso da camisinha, de doenças como a AIDS e a leucemia, da primeira relação sexual, da gravidez - e também da perda do bebê -, do uso de bebidas e drogas, a vida fora da casa dos pais e constantemente põe em discussão questões relativas à personalidade, relacionamento com os pais, vícios, dentre outros.
"Malhação" também amadureceu à medida que a sociedade brasileira passou a discutir determinados comportamentos. No Canal Viva, por exemplo, vem sendo reprisada a temporada de 2003 - onde os papéis de Juliana Silveira e Henri Castelli, protagonistas da temporada de 2002 que continuaram na história, ainda não tiveram a primeira relação sexual. Nas últimas três temporadas, para efeitos de comparação, os protagonistas tiveram a primeira vez ainda nos primeiros meses e sem maiores discussões, como as que existiam naquela época.
Longevidade
A longevidade de “Malhação” é fácil de ser explicada. São vários argumentos que justificam sua continuidade.
A atração é o principal elo entre a emissora e o público adolescente - que nunca foi tratado como prioritário e que sempre teve que se adaptar à programação infantil, hoje praticamente inexistente no canal, ou na adulta.
O folhetim também é um celeiro de talentos. Nomes como Luana Piovani, Danton Mello, Rodrigo Faro, Priscila Fantin, Juliana Silveira, Henri Castelli, Fernanda Vasconcellos, Sophie Charlotte, Cauã Reymond, Bruno Gissoni, Maria Flor, Bianca Bin e Humberto Carrão ou começaram em “Malhação” ou tiveram a carreira alavancada por ela - e em alguns casos, ocorreu os dois.
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Interatividade
A ligação de “Malhação” com o público jovem fez com que a Globo tivesse que participar de forma ainda mais intensa das novidades tecnológicas.
O folhetim já foi indicado duas vezes seguidas ao Emmy Internacional Digital na categoria de ação de interatividade em um programa infanto-juvenil. O conceito de segunda tela vem sendo trabalhado há vários anos e a cada temporada se torna mais sólido. A interação por meio de hashtags, chamadas e de conteúdo exclusivo no site fazem com que TV e internet deixem de esvaziar uma a outra mas que trabalhem de forma complementar.
Os resultados deste trabalho são nítidos de diversas formas. Além das indicações, “Malhação” tem um alto volume de acessos em seu site e os vídeos publicados são alguns dos mais vistos da Globo. O primeiro beijo de Pedro (Rafael Vitti) e Karina (Isabella Santoni), veiculado em setembro do ano passado, tem quase 700 mil visualizações. Para efeitos de comparação, a cena da morte de José Alfredo (Alexandre Nero) em “Império”, novela das nove e produto mais visto do país durante todos os meses em que esteve no ar, rendeu até agora 336 mil visualizações.
Quem faz
Por uma triste coincidência, “Malhação” comemora seus 20 anos um dia após a morte de seu criador, o diretor Roberto Talma, falecido na madrugada desta quinta (23). "Estou com uma bobagem aqui na cabeça. Posso tentar?”, disse o diretor a Boni, então número um da Globo, em meados dos anos 90. "Ele topou. Pedi dois equipamentos, peguei os autores Emanuel Jacobina e a Andrea Maltarolli, falei com a dona da Rio Sport Center para gravar lá no domingo, juntei um bando de moleques e gravamos. E fiz um piloto, mais ou menos, do que seria a ideia”. E a partir desta conversa, fez-se “Malhação”.
Talma, no entanto, não foi o primeiro dos idealizadores de “Malhação” a nos deixar. Andrea Maltarolli, falecida em 2009, se envolveu com o projeto por quase 10 anos. Além de autora, também participou como consultora ou supervisora de diversas temporadas. Também se envolveram na criação de “Malhação” profissionais como os diretores Ricardo Waddington e Flavio Colatrello Jr., e autores como Ana Maria Moretzsohn, Patrícia Moretzsohn, Emanuel Jacobina, Ricardo Linhares e Charles Peixoto.
Apesar das duas perdas, e de ter atores, autores e diretores constantemente partindo para voos mais altos nos términos de cada temporada, “Malhação” também vem sendo um destino de retorno para vários deles. Emanuel Jacobina, que ajudou a implantar o folhetim, será o autor da próxima temporada.
Atores como Silvia Pfeifer, Danielle Winits, Totia Meirelles, Evandro Mesquita, o já falecido John Herbert, Mário Frias, Dani Suzuki, Carolina Kasting, Fernanda Souza e Tato Gabus Mendes foram alguns atores que participaram da trama em mais de uma ocasião, com personagens distintos.
Autores como Ricardo Hofstetter, Ana Maria Moretzsohn, Patrícia Moretzsohn e Glória Barreto também já passaram pela autoria de mais de uma temporada. Assim como diretores como Waddington e Luiz Henrique Rios fizeram.
Comemoração
Para comemorar os 20 anos de “Malhação”, a Globo produziu uma abertura comemorativa no formato de scrapbook, com foto dos principais nomes que passaram pela produção.
A atual trilha “Agora só falta você” excepcionalmente hoje cederá espaço para a tradicional “Assim caminha a humanidade”, de Lulu Santos, que embalou as primeiras temporadas.
A trama, que já teve mais de 5 mil capítulos veiculados ao longo de 22 temporadas, é o projeto de dramaturgia mais longevo da história da Globo. Nenhum outro programa se manteve por tanto tempo no ar, ainda que o formato tenha se reinventado por diversas vezes, assim como os profissionais e histórias envolvidas.
Abordagem
A novelinha, por exemplo, já levantou a bandeira do uso da camisinha, de doenças como a AIDS e a leucemia, da primeira relação sexual, da gravidez - e também da perda do bebê -, do uso de bebidas e drogas, a vida fora da casa dos pais e constantemente põe em discussão questões relativas à personalidade, relacionamento com os pais, vícios, dentre outros.
"Malhação" também amadureceu à medida que a sociedade brasileira passou a discutir determinados comportamentos. No Canal Viva, por exemplo, vem sendo reprisada a temporada de 2003 - onde os papéis de Juliana Silveira e Henri Castelli, protagonistas da temporada de 2002 que continuaram na história, ainda não tiveram a primeira relação sexual. Nas últimas três temporadas, para efeitos de comparação, os protagonistas tiveram a primeira vez ainda nos primeiros meses e sem maiores discussões, como as que existiam naquela época.
Longevidade
A longevidade de “Malhação” é fácil de ser explicada. São vários argumentos que justificam sua continuidade.
A atração é o principal elo entre a emissora e o público adolescente - que nunca foi tratado como prioritário e que sempre teve que se adaptar à programação infantil, hoje praticamente inexistente no canal, ou na adulta.
O folhetim também é um celeiro de talentos. Nomes como Luana Piovani, Danton Mello, Rodrigo Faro, Priscila Fantin, Juliana Silveira, Henri Castelli, Fernanda Vasconcellos, Sophie Charlotte, Cauã Reymond, Bruno Gissoni, Maria Flor, Bianca Bin e Humberto Carrão ou começaram em “Malhação” ou tiveram a carreira alavancada por ela - e em alguns casos, ocorreu os dois.
A ligação de “Malhação” com o público jovem fez com que a Globo tivesse que participar de forma ainda mais intensa das novidades tecnológicas.
O folhetim já foi indicado duas vezes seguidas ao Emmy Internacional Digital na categoria de ação de interatividade em um programa infanto-juvenil. O conceito de segunda tela vem sendo trabalhado há vários anos e a cada temporada se torna mais sólido. A interação por meio de hashtags, chamadas e de conteúdo exclusivo no site fazem com que TV e internet deixem de esvaziar uma a outra mas que trabalhem de forma complementar.
Os resultados deste trabalho são nítidos de diversas formas. Além das indicações, “Malhação” tem um alto volume de acessos em seu site e os vídeos publicados são alguns dos mais vistos da Globo. O primeiro beijo de Pedro (Rafael Vitti) e Karina (Isabella Santoni), veiculado em setembro do ano passado, tem quase 700 mil visualizações. Para efeitos de comparação, a cena da morte de José Alfredo (Alexandre Nero) em “Império”, novela das nove e produto mais visto do país durante todos os meses em que esteve no ar, rendeu até agora 336 mil visualizações.
Por uma triste coincidência, “Malhação” comemora seus 20 anos um dia após a morte de seu criador, o diretor Roberto Talma, falecido na madrugada desta quinta (23). "Estou com uma bobagem aqui na cabeça. Posso tentar?”, disse o diretor a Boni, então número um da Globo, em meados dos anos 90. "Ele topou. Pedi dois equipamentos, peguei os autores Emanuel Jacobina e a Andrea Maltarolli, falei com a dona da Rio Sport Center para gravar lá no domingo, juntei um bando de moleques e gravamos. E fiz um piloto, mais ou menos, do que seria a ideia”. E a partir desta conversa, fez-se “Malhação”.
Talma, no entanto, não foi o primeiro dos idealizadores de “Malhação” a nos deixar. Andrea Maltarolli, falecida em 2009, se envolveu com o projeto por quase 10 anos. Além de autora, também participou como consultora ou supervisora de diversas temporadas. Também se envolveram na criação de “Malhação” profissionais como os diretores Ricardo Waddington e Flavio Colatrello Jr., e autores como Ana Maria Moretzsohn, Patrícia Moretzsohn, Emanuel Jacobina, Ricardo Linhares e Charles Peixoto.
Apesar das duas perdas, e de ter atores, autores e diretores constantemente partindo para voos mais altos nos términos de cada temporada, “Malhação” também vem sendo um destino de retorno para vários deles. Emanuel Jacobina, que ajudou a implantar o folhetim, será o autor da próxima temporada.
Atores como Silvia Pfeifer, Danielle Winits, Totia Meirelles, Evandro Mesquita, o já falecido John Herbert, Mário Frias, Dani Suzuki, Carolina Kasting, Fernanda Souza e Tato Gabus Mendes foram alguns atores que participaram da trama em mais de uma ocasião, com personagens distintos.
Autores como Ricardo Hofstetter, Ana Maria Moretzsohn, Patrícia Moretzsohn e Glória Barreto também já passaram pela autoria de mais de uma temporada. Assim como diretores como Waddington e Luiz Henrique Rios fizeram.
Comemoração
Para comemorar os 20 anos de “Malhação”, a Globo produziu uma abertura comemorativa no formato de scrapbook, com foto dos principais nomes que passaram pela produção.
A atual trilha “Agora só falta você” excepcionalmente hoje cederá espaço para a tradicional “Assim caminha a humanidade”, de Lulu Santos, que embalou as primeiras temporadas.
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