Dona das maiores audiências dentre as
emissoras brasileiras e detentora de uma estrutura de causar inveja a
qualquer rede de TV do mundo, a Globo sempre foi
encarada como um sonho de consumo para qualquer profissional ligado ao
setor. Mas existe vida além das dependências do Projac e muitos são os
artistas que já “descobriram” isso.
Nesta reportagem especial, o BLOG ENTRE AMIGOS relembra quem a emissora da família Marinho fez questão de contratar;
quem eles perderam para a concorrência e quem jamais carregou um crachá
do canal nesses 50 anos de história.
OS “NÃO-GLOBAIS”
Diversos artistas são considerados
ícones da TV e nem por isso precisaram pisar no território da “Vênus
Platinada” como contratados para fazer história. O primeiro deles atende
pelo nome de Hebe Camargo.
Hebe começou a carreira na TV Tupi com “O Mundo é das Mulheres”, programa que apresentava diariamente na década de 50. Após uma passagem pela TV Continental, foi contratada em 1966 pela Record e fez história apresentando o “Hebe Comanda o Espetáculo”, atração que a consagrou como comunicadora.
A loira esteve ainda na Bandeirantes,
mas foi finalmente chamada pelo SBT em 1985. Na TV de Silvio Santos, a
Rainha ficou por 25 anos e só saiu em 2010, após problemas na renovação
de seu contrato. No mesmo ano, recebeu no “Domingão do Faustão” o troféu
Mário Lago e gritou no ar: “Eu estou na Globo”.
Outro que jamais teve seu salário pago pela Globo foi Gugu Liberato. Lançado por Silvio Santos
na década de 80, o loiro se consagrou como um dos maiores
apresentadores da história da TV. No comando do “Viva Noite”, lançou
grupos que marcaram época, como Menudo, Dominó e Polegar.
O maior sucesso, porém, veio com o “Domingo Legal”,
que por anos protagonizou um embate acirrado com o “Domingão do
Faustão”. Alta audiência, prestígio com anunciantes e fidelidade do
público foram marcas do programa do homem do pintinho amarelinho.
Em 2009, Liberato deixou o SBT rumo à
Record seduzido por uma proposta estimada em R$ 3 milhões mensais. Na
nova casa, ficou por quatro anos, metade do previsto inicialmente pelo
contrato. Quase dois anos depois, retornou ao canal para apresentar uma
atração nas noites de terça, quarta e quinta-feira, no ar atualmente.
Curiosamente, antes de fazer grande
sucesso no SBT, Gugu chegou a ser assediado pela Globo e acabou
assinando com a emissora. No entanto, após um pedido particular de
Silvio Santos a Roberto Marinho, a “transação” foi cancelada e o então
“pupilo” retornou ao antigo canal, a peso de ouro.
Uma das apresentadoras mais conhecidas da TV brasileira, Eliana compõe
o time dos que fizeram sucesso fora do “Plim Plim”. A loira começou no
SBT em 1990, onde comandou com êxito o infantil “Bom Dia & Cia”. Não
demorou muito e a carismática “menina” chamou a atenção da Record.
Em 1997, Eliana foi para a concorrente e
seguiu focada no público infantil, até entrar na guerra dominical para
comandar o “Tudo é Possível”, quando, em 2009, retornou ao SBT.
Além do trio, outros profissionais conseguiram conquistar o público, longe dos domínios do canal carioca. São eles: Ratinho, Adriane Galisteu, Luciana Gimenez, Raul Gil e Celso Portiolli.
GLOBO SAI À PROCURA
Algumas das estrelas que hoje fazem parte da emissora não são “crias” da casa. Fausto Silva e Luciano Huck, ambos oriundos da Band, chamaram a atenção da emissora líder diante do estrondoso sucesso de seus programas.
Faustão apresentava o “Perdidos na
Noite” e devido ao êxito do formato entre o público jovem, foi
contratado em 1989 para comandar as tardes de domingo da emissora, onde
até hoje permanece intocado.
Luciano Huck estava à frente do
“Programa H” e também se destacou, por conta da desenvoltura e de seu
carisma. O marido de Angélica assinou com o canal carioca em 1999 e se
mantém até hoje como um dos campeões de faturamento.
Ana Maria Braga, que
transformou o “Note e Anote”, da Record, no programa mais lucrativo da
emissora, se transferiu para a Globo em 1999, assim como Serginho Groisman, que no ano seguinte deixou o SBT, onde apresentava o “Programa Livre”. Jô Soares foi outro nome a deixar o canal de Silvio Santos rumo à emissora do Jardim Botânico.
Quatro anos antes, porém, em 1996, a cinquentenária tirou do SBT aquela que ainda hoje é uma das loiras mais famosas do Brasil: Angélica.
A apresentadora comandava o “TV Animal” na antiga emissora e foi
substituída por Eliana – por anos as duas nutriram uma rivalidade na TV.
Desde 1981 na Globo, Galvão Bueno
também já respirou outros ares. O locutor esportivo, consagrado
nacionalmente, já deu expediente na TV Record, Bandeirantes e Gazeta, se
tornando titular na atual casa após a saída de Luciano do Valle.
Na dramaturgia, a emissora passou por
uma verdadeira mudança em sua cartilha. Além de ir buscar atores em
emissoras concorrentes, a TV fundada por Roberto Marinho ainda passou a
colocá-los como protagonistas de suas produções. Foi o que aconteceu com
nomes como Marcelo Serrado, Gabriel Braga Nunes, Chay Suede, Arthur Aguiar e Sophia Abrahão.
AS DESPEDIDAS QUE MARCARAM
Se a Globo foi ao mercado buscar quase
todas as suas atuais estrelas, muitos canais também seguiram o “exemplo”
e fisgaram os principais artistas da emissora carioca.
Márcio Garcia, que
fazia novelas, mas também era apresentador no canal da família Marinho,
migrou para a Record em 2004. No canal do Bispo Edir Macedo, Garcia fez
grande sucesso com o semanal “O Melhor do Brasil”, comandado por ele até
2008. No mesmo ano, Márcio retornou para a Globo para protagonizar
“Caminho das Índias”, novela assinada por Glória Perez.
Para substituir Márcio Garcia, a Record novamente desfalcou a rival, contratando Rodrigo Faro, atualmente o campeão de faturamento da casa. A rede de Edir Macedo ainda tirou do canal concorrente Tom Cavalcante, em 2004, aproveitando-se da insatisfação do humorista com o canal carioca. Tom permaneceu na Record por seis anos.
Mais recentemente, neste ano, a Record contratou a peso de ouro um dos maiores nomes da televisão brasileira: Xuxa Meneghel. A loira deve estrear no segundo semestre um programa, de formato semelhante ao da Ellen Degeneres.
Muitos não sabem, mas Sérgio Chapelin
deixou a bancada do “Jornal Nacional” em 1983 para apresentar o “Show
sem Limite”, do SBT, no entanto, a experiência não deu certo e ele
retornou ao canal carioca anos depois.
Passado algum tempo, Silvio atacou novamente o jornalismo da Platinada e tirou uma de suas principais âncoras: Ana Paula Padrão. A morena reformulou o Departamento de Jornalismo do canal e estreou o “SBT Brasil”, no ar até hoje na programação do SBT.
Na década de 90, o mesmo Dono do Baú buscou na concorrente os autores Walther Negrão, Benedito Ruy Barbosa e Gloria Perez. Antes
mesmo de estrearem uma produção no SBT, os três voltaram à antiga casa
através de uma manobra que rendeu à emissora nada menos que R$ 70
milhões em multas
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