“O
mais importante da vida pode acontecer no fim dela, ninguém sabe quando
virá”. O comentário na voz suave do narrador, o sambista Zé Maria, não
deixa dúvidas: a conversa é sobre envelhecer, mas também sobre se
redescobrir, se reinventar e até começar a viver uma das melhores fases
da vida. É essa a reflexão proposta por ‘Os Experientes’, série de
quatro episódios que estreia no dia 10 de abril. As tramas são
independentes, mas se ligam por meio de um personagem de outra história.
A obra, uma coprodução da Globo com a O2 Filmes, tem direção geral de Fernando Meirelles e Quico Meirelles, e direção de Fernando Meirelles, Quico Meirelles e Gisele Barroco.
A
velhice é comum às quatro narrativas, embora elas sejam diferentes
entre si. De autoria de Antônio Prata, ‘Assalto’ conta a história de uma
senhora que vira refém em um assalto a banco e, sem querer, acaba
revendo um trauma do passado. As outras três são de Márcio Alemão
Delgado. Em ‘Atravessadores do Samba’, as canções conduzem a trama sobre
a amizade de quatros músicos, que precisam se reinventar após a morte
de um deles. ‘O Primeiro Dia’ é uma comédia triste sobre o (re)encontro
de um pai com o filho, quando se entendem pela primeira vez, depois que o
pai descobre ter pouco tempo de vida em função de uma doença. E
finalmente ‘Folhas de Outono’ usa a música
de Nat King Cole como tema de uma viúva que redescobre o amor na
terceira idade. Em todas as histórias, os personagens provam que não há
idade certa para viver o que se deseja, que a experiência, na maioria
dos casos, é um trunfo. “Nossa cultura é obcecada pela juventude e os
velhos tendem a ser colocados de lado como se não tivessem mais nada a
dizer, ensinar ou viver. Grande besteira. Talvez, justamente, pela falta
de uma visão mais experiente, temos optado muitas vezes por caminhos
tolos e infantis. A série nos lembra que, por trás daquelas rugas, há
sabedoria e vida.” comenta Fernando.
No elenco
protagonista, estão os atores Beatriz Segall, Selma Egrei, Joana Fomm,
Juca de Oliveira e os cantores Wilson das Neves, Goulart de Andrade e
Germano Mathias, músicos da vida real interpretando sambistas na ficção.
Também integram o elenco João Cortês, Lima Duarte, Othon Bastos, Silvia
Lourenço e João Baldasserini, entre outros.
Ambientada em São Paulo, a série foi gravada em lugares
emblemáticos da cidade como o Banco de São Paulo, um importante
edifício de estilo art déco da década de 1930, que serviu de locação
para o episódio ‘Assalto’. Além do banco, o centro antigo da cidade é
rapidamente visitado no episódio ‘O Primeiro Dia’, quando o personagem
Napoleão Roberto (Juca de Oliveira) faz um longo passeio de carro
ao lado do filho. Para ‘Atravessadores do Samba’, as cenas foram
rodadas em famosas casas de show paulistanas. Fernando Meirelles lembra
que, apesar da série ser ambientada em São Paulo, as histórias poderiam
se passar em qualquer lugar do mundo. “Envelhecer é uma ideia ou um fato
universal. A Ilha do Nunca, infelizmente, parece não existir. Somos
todos como o Capitão Gancho, apavorados com aquele crocodilo que faz
tic-tac sem parar”, brinca o diretor, ao fazer referências à história de
Peter Pan
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