12 de setembro de 2016

Penúltimo capítulo de 'Velho Chico': Martim conversa com Afrânio depois de morto

Afrânio (Antonio Fagundes) conversa com o espírito de Martim (Lee Taylor) e faz as pazes com o filho, no penúltimo capítulo novela 'Velho Chico'
Afrânio (Antonio Fagundes) vai ouvir o espírito do filho, Martim (Lee Taylor), no penúltimo capítulo da novela "Velho Chico". O fotógrafo é morto por Carlos Eduardo (Marcelo Serrado) após descobrir um crime cometido pelo deputado. Ao sair à procura do herdeiro, após seguir pista falsa do genro, o Saruê vê o barco fantasma Gaiola Encantado. Pai e filho se desculpam e vão às lágrimas quando se lembram do único momento de afeto que tiveram.
Em um primeiro momento, o pai de Tereza (Camila Pitanga) culpa o ex-aliado pelo sumiço do filho e até o ameaça de morte, mas acaba convencido por Queiroz (Batoré) que Martim está vivo. O recepcionista da pousada é coagido para afirmar que o fotógrafo disse que ia descer pelas águas do velho Chico até chegar ao mar após deixar o estabelecimento. Quem antecipa é o colunista de TV Daniel Castro, nesta segunda-feira (12). Cícero (Marcos Palmeira) acompanha o patrão, ouve seu arrependimento - a essa altura, o jornalista já terá negado um abraço ao pai, mas se mostra cansado da jornada.

E é aí que Afrânio vê o herdeiro, no barco. "É Martim, meu filho", diz. Mas pelo roteiro, o jagunço nada vê: "Ao passo que Cícero cruza por trás do patrão vê-se o rio sob a sua perspectiva: vazio. O jagunço aperta os olhos naquela direção e não encontra absolutamente nada". Mas o Saruê insiste naquilo que ouve. "Dá pra ouvir a voz dele, dá pra ouvir Martim", alega o coronel que pode ser morto pelo genro no final da trama.

'Ele tá falando de mim', aponta Afrânio sobre Martim
Assustado, Cícero pede para o patrão interromper a conversa. "Ele tá falando, Cícero! É Martim! Você não está ouvindo? É ele, Cícero, meu filho, eu estou ouvindo! Ele tá falando de mim", esbraveja o avô de Miguel (Gabriel Leone). O Além vai estar representado pela embarcação fantasma e ela onde o fotógrafo vai lembrar a infância.
"Acontece que criança nenhuma sabe o que é morrer, não que adultos saibam, mas crianças não entendem a morte. Quando era novo, tinha medo de dormir. Não era medo de escuro, de ficar sozinho. Era medo de fechar os olhos e dormir. Uma madrugada, depois de Tereza e minha avó dormirem querendo me fazer dormir, fui andar pela casa. Fazia isso às vezes, menos no escritório do coronel. Até que esse dia eu fui! Pensei que estava sozinho até ouvir a voz dele perguntar", lembra.
A câmera volta para Afrânio, completando a fala do filho. "Também não consegue dormir?", questiona. "Senti o corpo parar. Pensei que fosse apanhar e sabia que, se fugisse, a surra ia ser ainda maior. Mas ele me disse com a voz calma, não me bateu, não gritou, nada. Apenas perguntou se eu também não conseguia dormir? Então, virou a cadeira até mim e me ofereceu seu colo. Fiquei perplexo, não sabia o que fazer. Sem sequer olhar nos meus olhos, ele foi falando, como se soubesse tudo de mim", acrescenta o fotógrafo.
'Ele tá falando de mim', aponta Afrânio sobre Martim
A conversa entre pai e filho segue com Afrânio, de olhos fechados: "Desde que sua mãe morreu eu não durmo. Não sei porque, nem como, só não consigo fechar os olhos. Toda noite é isso. Quando fecho os olhos, penso que eles nunca mais vão abrir. Penso que dormir é como morrer por uma noite". Já o irmão de Tereza diz que o pai conseguiu traduzir o seu sentimento. "Fiquei no colo dele até adormecer nos seu braços. Ele me disse para não ter medo de morrer, porque...", relembra.
"Morrer era como dormir até o fim da vida", acrescenta o Saruê, ouvindo o apito do barco. Por fim, o coronel grita o nome do filho, encerrando o capítulo. Além da morte de Martim, o Saruê sofre outros golpes e acaba enlouquecendo. Sua mãe, Encarnação (Selma Egrei), morre; Iolanda (Christiane Torloni), sua mulher, o abandona; e Santo (Domingos Montagner) lhe entrega fotos nas quais aparecem Carlos entregando uma mala de dinheiro a Martim. As cenas irão ao ar no próximo dia 29.

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