11 de abril de 2016

Em nova fase de “Velho Chico”, traz uma série de dramas familiares

Afrânio (Antonio Fagundes) (Foto: Globo/Caiuá Franco)
Afrânio (Antonio Fagundes) na nova fase de “Velho Chico”
(Foto: Globo/Caiuá Franco)
Em Grotas, pelo menos para Afrânio (Antonio Fagundes), toda a lógica do coronelismo é mantida. O coronel imposto pela vida ao jovem romântico, assume agora o papel de antagonista. “Este personagem acaba sendo uma figura muito peculiar, reunindo em si mesmo muitas questões contraditórias. 
É a figura mítica do imperador sertanejo, talvez ainda mais poderoso e rico do que os políticos de sua região. Ama a filha Maria Tereza (Camila Pitanga), ao mesmo tempo em que é o seu maior antagonista. Seus métodos e procedimentos em relação à natureza e, principalmente, ao rio São Francisco, são antiquados e predatórios. É um vilão, mas humano, real”, descreve o diretor Luiz Fernando Carvalho.
Depois de tantos anos, o coronel traz na bagagem uma série de dramas familiares: o filho mais novo, Martim (Lee Taylor), foi expulso de casa por não aceitar os métodos de Afrânio, o patriarca; Maria Tereza luta frontalmente contra os procedimentos adotados pelo pai em relação à cultura ribeirinha. Ela, como uma verdadeira heroína, vai tentar de todas as formas ‘arrancar’ esta máscara de coronel de seu pai. E Miguel (Gabriel Leone), seu neto, volta de Paris com ideias de reformular completamente os métodos arcaicos do avô.
Apesar do grande amor que os dois nutrem um pelo outro, as discordâncias profundas levarão Saruê a mais um embate dramático dentro da própria família. “Ele é um representante desta antiga mentalidade feudal e machista, em contraponto a esta nova geração. É uma contraposição delicada, especialmente porque se dá no âmbito familiar”, pontua Luiz Fernando Carvalho.
Santo (Domingos Montagner) (Foto: Globo/Caiuá Franco)
Santo (Domingos Montagner) em cena da segunda fase de “Velho Chico”
(Foto: Globo/Caiuá Franco)
Do outro lado, Santo (Domingos Montagner), o humanista, que carrega os ideais do falecido Capitão Rosa. Casou-se, não exatamente por amor, com Luzia (Lucy Alves) e teve duas filhas, sem sonhar que é pai de Miguel (Gabriel Leone). Estes jovens são a nova geração. Representam esse “admirável mundo novo”, na visão do diretor, e as diferentes possibilidades que nos serão apresentadas diariamente de como lidar com a terra, a água e toda a questão ambiental. São jovens formados com uma nova mentalidade, ligados à natureza, que têm conhecimento dos processos e das novas tecnologias. Diante desta dualidade, a grande história de amor de Santo (Domingos Montagner) e Maria Tereza (Camila Pitanga) é retomada. A separação imposta no passado não é capaz de aplacar o desejo de nenhum dos dois. O amor é maior do que tudo. E os conflitos de décadas são colocados à prova quando a verdade é revelada. “Este romance, ainda tão condenado pela diferença de classes entre Maria Tereza e Santo, será o fio condutor para esta grande história de amor. E vamos misturar à esse caldo dramático uma crítica social, muito atual e necessária”, adianta Luiz Fernando Carvalho.

Nenhum comentário:

Postar um comentário