Passar por cima de uma grande injustiça para recuperar o tempo perdido. É esse o desafio da personagem de Adriana Esteves na minissérie global 'Justiça', que tem estreia marcada para 22 de agosto na faixa das 23h. Depois de fazer sucesso na pele de mulheres calculistas e vingativas -- como Carminha de "Avenida Brasil" e Inês de "Babilônia" -- a atriz agora canaliza suas energias para o dilema de Fátima, mãe de família simples, honesta e batalhadora que passa sete anos presa injustamente e precisa optar por se vingar ou por reconstruir sua vida.
Na trama, a personagem mata o cachorro dos vizinhos Douglas (Enrique Diaz) e Kellen (Leandra Leal), depois que o animal invade sua casa várias vezes e morde seu filhinho Jesus (Bernardo Berruezo/Tobias Carrieres). O dono do bicho, um policial truculento, 'planta' drogas na casa de Fátima, que é detida, julgada e condenada por tráfico de drogas.
Para sustentar sua personagem em uma série pesada e densa, Adriana diz que é difícil trabalhar apenas com hipóteses, mas que procura manter os dramas vividos por Fátima distantes de sua vida particular. Para a atriz, vingança não é um prato que se come frio. "Sou parecida com a Fátima nesse sentido. Ela prefere acreditar no ser humano e no poder das pessoas de se transformarem. Acredito também que não podemos desistir da justiça, [que devemos] começar a fazer coisas pequenas e ter atitudes mais justas para você e para os outros".
A atriz recebeu convite do diretor José Luiz Villamarim no final do ano passado. As gravações começaram em fevereiro no Recife e continuam até setembro. "Justiça" terá um formato diferente do convencional: quatro histórias distintas serão intercaladas e, à cada dia da semana, com exceção das quartas-feiras, um conflito será apresentado.
"Quando o Zé me ligou perguntando se eu queria fazer a minissérie da Manuela Dias, eu nem quis saber dos detalhes. 'Onde é que eu assino?' foi logo minha resposta, e eu me sinto feliz e orgulhosa de participar desse novo formato de série. Aliás, tenho gostado cada vez mais de fazer pequenas produções", entrega a atriz. Segundo ela, é mais tranquilo contar uma história em 20 capítulos do que em 180, por exemplo. "Em séries, você não tem surpresas porque a trama é fechada. E não tem aquela energia, aquela euforia tão peculiar de novelas. Os dois são interessantes", analisa.
Entre as novelas que marcaram sua trajetória na TV, a vilã Carminha, de "Avenida Brasil", é certamente a que mais desperta as saudades do público. "Dona Carminha é forte e ainda monopoliza o Brasil e fora daqui também. Ninguém a esquece e eu acho um barato as pessoas lembrarem sempre dela. Virou uma referência na minha carreira, mas acho que tenho também outros papeis marcantes. E quero ter mais e mais", diz com bom humor.
Em "Justiça", Adriana Esteves volta a trabalhar com o marido, Vladimir Brichta. O último projeto televisivo em comum foi há 12 anos, na novela "Kubanacan". Ela nega que possa existir alguma competição profissional, bastante comum entre casais que têm a mesma profissão. "Não temos isso, não. A competição lá em casa é para ver quem vai ficar mais feliz. A gente se estimula para gostar do trabalho, para ter ânimo, para enxergar coisas boas. Um ajuda muito o outro. Conversamos sobre assuntos que vão enriquecer os personagens", afirma a atriz, garantindo que não é do tipo de intérprete que leva o personagem para a cama. "Para casa talvez, mas para a cama vamos só eu o Vladimir."
Nenhum comentário:
Postar um comentário