26 de dezembro de 2016

"Retrospectiva 2016": 10 cenas marcantes !

Globo exibe última cena de Domingos Montagner em Velho Chico 1
Última cena de Domingos Montagner em “Velho Chico”, com Gabriel Leone e Camila Pitanga
Num ano em que o jornalismo se destacou – em meio a crises políticas, terrorismo, eleições nos EUA –, a teledramaturgia sobressaiu graças ao desempenho de atores, autores e diretores em cenas que arrebataram a audiência e “tombaram” as redes sociais. Relembre algumas das sequências mais marcantes do ano nas novelas da Globo, da Record e do SBT!
Klebber Toledo (Romeu) em “Eta Mundo Bom”
Maior sucesso da faixa das seis nos últimos anos, “Eta Mundo Bom” apresentou cenas divertidas e emocionantes, dos disfarces do professor Pancrácio (Marco Nanini) a trajetória de Candinho (Sérgio Guizé) e o reencontro com sua mãe, Anastásia (Eliane Giardini). Mas o que chamou a atenção mesmo foram os nudes de Romeu (Klebber Toledo), fazendo a caipira Mafalda (Camila Queiróz) e a audiência tremer! O rapaz surgiu nuzinho em diversas ocasiões, deixando a moça doida para sentir a bicada do seu “cegonho”; quando enfim conseguiu levar Mafalda ao altar, não chegou a dizer o “sim” – ela o abandonou para se unir a Zé dos Porcos (Anderson di Rizzi) no último capítulo da novela de Walcyr Carrasco.
Giovanna Antonelli (Atena) em “A Regra do Jogo”
O último capítulo de “A Regra do Jogo” selou o fim da trajetória criminosa do cínico Romero Rômulo (Alexandre Nero), que, em dado momento da história, acreditou piamente ter se convertido em um homem bom. A redenção, de fato, se deu quando o político foi incitado por Zé Maria (Tony Ramos) a atirar em Juliano (Cauã Reymond) – pasmem, filho de Zé – e hesitou. Diante da recusa, o bandido-mor da trama de João Emanuel Carneiro executou o comparsa, para desespero de Atena (Giovanna Antonelli). Nos instantes finais, a loira surge com um filho nos braços, Romerinho, desfrutando do dinheiro que roubou durante muito tempo da facção criminosa que muito se assemelhava aos bandos de bandidos da vida real, dos peixes pequenos aos grandes.
Selma Egrei (Encarnação) em “Velho Chico”
Talvez tenha sido a cena mais dolorosa de todos os tempos; certamente, foi o capítulo mais triste da história da teledramaturgia. Após um dia de agonia, com informações desencontradas a respeito do desaparecimento e a confirmação da morte de Domingos Montagner, seu protagonista, “Velho Chico” trouxe uma de suas personagens mais emblemáticas, dona Encarnação (Selma Egrei), levada pelas águas do São Francisco. Num momento de confusão, a centenária se atirou no rio intentando alcançar o Gaiola do Encantado, embarcação na qual viu os espíritos de seu filho Inácio e do neto Martim (Lee Taylor). Encarnação acabou salva pelo bisneto Miguel (Gabriel Leone) – pena que este desfecho não se repetiu na vida real.
Giullia Buscacio (Olívia) em “Velho Chico”
Com a direção inspirada de Luiz Fernando Carvalho, criticada no início pelo conceito atemporal, “Velho Chico” fez brilhar atores, novatos e consagrados, em passagens de engajamento social e político – e de muito lirismo e emoção. Com a tragédia que nos tirou Domingos Montagner e a opção por manter seu personagem, Santo, vivo, a novela inovou com a câmera subjetiva, como se os atores se reportassem ao telespectador em casa; este, por sua vez, se via na pele do personagem. Nesta fase, destaca-se duas sequências com Olívia (Giullia Buscacio, atriz que promete!): o anúncio de sua gravidez, diante de toda a família Dos Anjos, e todo o capítulo de seu casamento com Miguel, em que “Santo” chegou a dançar com a filha.
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Caio Blat (André) e Ricardo Pereira (Tolentino) em “Liberdade, Liberdade”
“Liberdade, Liberdade” tratou de temas espinhosos no Brasil do século 18, em plena efervescência da Inconfidência Mineira. Muitas foram as cenas impactantes da trama de Joaquina (Andréia Horta), filha de Tiradentes (Thiago Lacerda), que, após o exílio em Portugal, volta à Vila Rica para concluir as ações que seu pai começou. Mas o que chamou atenção mesmo foi o casal André (Caio Blat) e Tolentino (Ricardo Pereira), que se entregaram à paixão condenada, inclusive, pela lei. Foi a primeira cena de sexo gay na TV aberta do Brasil, muitíssimo bem escrita por Mário Teixeira e dirigida por Vinícius Coimbra. Um momento de extrema sensibilidade e rara beleza; um passo à frente na história da televisão no Brasil…
Marina Ruy Barbosa (Eliza) e Felipe Simas (Jonatas) em “Totalmente Demais”
“Totalmente Demais” foi tão bem articulada pelos autores Paulo Halm e Rosane Svartman que ficou impossível torcer apenas por Arthur (Fábio Assunção) ou por Jonatas (Felipe Simas), na disputa pelo coração de Eliza (Marina Ruy Barbosa), em determinados momentos da trama. No último capítulo, a modelo optou por Jonatas, que havia se arriscado para salvar sua vida, dependendo de uma doação da moça para conseguir se manter vivo. Fugindo de um feriado e buscando minar os esforços da Record – que esperou o término do êxito da concorrente para estrear “Escrava Mãe” –, a Globo levou ao ar o desfecho da novela numa segunda-feira, com reprise na terça-feira, entre o “Vídeo Show” e o “Vale a Pena Ver de Novo”.
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Mariana Ximenes (Tancinha) e Malvino Salvador (Apolo) em “Haja Coração”
Quer deixar a galera das redes sociais irritada mesmo? Dê o contra! O autor Daniel Ortiz ignorou a voz da internet ao unir Tancinha (Mariana Ximenes) e Apolo (Malvino Salvador) no último capítulo de “Haja Coração”. O piloto de corridas seria, supostamente, o preferido das telespectadoras que participaram dos grupos de discussão da trama. No entanto, só se ouvia falar, em todo o canto, na torcida por Beto (João Baldasserini). Tempos depois, ventilaram a hipótese do publicitário ter ficado sem sua amada feirante por, num ano de corrupção e desesperança, possuir um caráter torto, digno de castigo. Como se o bandido Leozinho (Gabriel Godoy) não tivesse tido um final feliz ao lado de sua Fedora (Tatá Werneck)…
Marina Ruy Barbosa (Isabela) e Débora Bloch (Elisa) em “Justiça”
“Justiça” apostou num roteiro truncado, em que quatro histórias de vida corriam em paralelo até se ligarem em ponto-chaves da narrativa. Lamenta-se que as tramas de quinta (a de Rose (Jéssica Ellen), que perdeu o protagonismo ao longo dos capítulos) e a de sexta (com um inexpressivo Cauã Reymond como o protagonista Maurício) não tenham acompanhado a excelência dos enredos de segunda e terça, estrelados por Elisa (Débora Bloch) e Fátima (Adriana Esteves). Destaque para duas cenas: a que Elisa testemunha o assassinato de sua filha, Isabela (Marina Ruy Barbosa), e a que Fátima fica noiva de Firmino (Júlio Andrade), livrando-se de todos os males que a afligiram após sair da cadeia, onde ficou por sete anos.
Gabriela Moreyra (Juliana) e Thaís Fersoza (Maria Isabel) em “Escrava Mãe”
Na Record, as muralhas de Jericó despencaram em “A Terra Prometida” sem fazer o mesmo barulho do mar se abrindo em “Os Dez Mandamentos”. Muito mais folhetim do que a trama de cunho bíblico, “Escrava Mãe” trouxe cenas inspiradas, que mobilizaram grandes talentos, como Jussara Freire, Zezé Motta e Bete Coelho. A talentosa Thaís Fersoza, contudo, foi quem mais se sobressaiu. Foram tantos os bons momentos da atriz, na pele da vilã Maria Isabel, que fica difícil eleger uma única cena. Thaís está irrepreensível nos momentos em que a malvada destrata a escrava Juliana (Gabriela Moreyra) e a irmã Tereza (Roberta Gualda). Um grande talento num produto muito bem concebido por Gustavo Reiz e dirigido por Ivan Zettel.
Lorena Queiróz (Dulce Maria) em “Carinha de Anjo”
O SBT estreou sua versão para o clássico mexicano “Carinha de Anjo” em novembro. Era o fim (ou quase) de “Cúmplices de um Resgate”, que se arrastou ao longo do ano frente aos poucos apelos que o enredo ainda possuía após sucessivos esticamentos. O destaque do primeiro capítulo ficou com a direção de Ricardo Mantoanelli, treinado por Reynaldo Boury (até então, o único responsável pelas novelas do canal). Rica apostou em stock-shots gravados com drone, propiciando ao público um sobrevoo pela bucólica Doce Horizonte, embalado pelo clássico “Lindo Balão Azul”, num coro com as crianças do internato, ensaiadas pela professora Fabiana (Karin Hills). Além disso, o episódio apresentou a figurinha Lorena Queiróz, irretocável como a protagonista Dulce Maria, apesar da pouca idade

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