Considerado o dia mais concorrido da
semana, o domingo tem merecido especial atenção de executivos de todas
as emissoras. Sem as novelas, a vantagem da Globo sobre a concorrência
diminui.
Se a emissora líder torna-se mais
“frágil”, para as rivais essa é a oportunidade ideal para ameaçar ou até
mesmo beliscar o primeiro lugar. Para isso, basta dar ao público o que
ele deseja. Mas o que o telespectador quer ver no dia em que as famílias
estão reunidas?
Este é o enigma que todas as redes ainda
tentam decifrar, mas há um complicador para se chegar a uma solução:
não existe uma única resposta para essa questão; para cada emissora, ela
pode ser diferente. O BLOG ENTRE AMIGOS lista agora as movimentações
dos principais canais, tentando prever como as recentes decisões
anunciadas podem impactar na programação.
Na Globo, o “Esquenta!” esfriou!
Apesar da ligeira queda em seus índices,
no comparativo com a semana, o domingo da Globo é relativamente
tranquilo. Basicamente, há uma única faixa mais frágil: o início da
tarde. A Globo começou a se mexer já neste ano, quando implementou um
rodízio de atrações. O problema foi parcialmente resolvido: dois dos
quatro programas – “The Voice Kids” e “Tamanho Família” – caíram nas
graças da plateia e tiveram seu passaporte renovado.
Outras duas produções, porém, tiveram
seu fim decretado: deslocado para a tarde, “Superstar” não repetiu o
sucesso da competição infantojuvenil e continuou instável. Em novembro,
pelo Twitter, Boninho anunciou o cancelamento.
Já o “Esquenta!” – grande dor de cabeça para a Globo em 2015 – perdeu o
status de programa fixo, mas ganhou sobrevida ao retomar o formato de
temporada. Neste dezembro, porém, a Globo oficializou o fim da atração de Regina Casé em definitivo. A apresentadora será deslocada para outro dia da semana, no horário nobre.
Para 2017, no embalo da “Escolinha do Professor Raimundo”, a rede anuncia um remake de “Os Trapalhões”, com Lucas Veloso como protagonista.
Na verdade, serão dois Didis, já que Renato Aragão também estará lá, ao
lado de Dedé Santana. Para a vaga que resta, uma das possibilidades é o
seriado “A Cara do Pai”: apresentada em formato de minitemporada desde o
último dia 18, a produção estrelada por Mel Maia e Leandro Hassum tem
mais 12 episódios garantidos.
No SBT, o “Domingo” deixou de ser legal
No SBT, dizem, todas as mudanças
anunciadas nos últimos meses foram consequências do baixo rendimento do
“Domingo Legal”, cuja audiência inexpressiva prejudicava os programas
exibidos na sequência. Mesmo após várias tentativas – incluindo uma
mudança na linha editorial, que flertou com o sensacionalismo – a
atração não reagiu. Diante disso, Silvio Santos não teve dúvidas:
decidiu tirar seu pupilo do centro do confronto. Fez uma manobra e
demitiu Raul Gil, para criar uma brecha e entregar as tardes de sábado
para Celso Portiolli.
Aos domingos – dia em que, em outros tempos, a emissora já foi imbatível – já está selado o fim do “Domingo Legal”, que permanece no ar somente até fevereiro, com edições gravadas até lá. Cogitou-se a volta do “Fantasia” para substituí-lo:
a nova versão da gincana que distribui prêmios ao público tinha três
belas do “Jogo dos Pontinhos” como as mais cotadas para apresentá-la.
Mas Patrícia Abravanel, a herdeira, disse ao pai que não queria dividir
o projeto com Lívia Andrade e Helen Ganzarolli.
Aliás, é justo ser mais preciso: Patrícia Abravanel já alertou que, para assumir o domingo, não quer nada “reciclado”,
A filha de Silvio Santos faz questão de um programa sob encomenda, que
leve o seu nome. Em meio a esse impasse, Silvio já abortou o retorno do
formato em que belas mulheres dão suporte aos games. Nesse meio tempo, o
canal pode desovar no horário títulos da Warner, mas apenas àqueles
sobre as quais a emissora ainda tem direito de reprise. Com isso, a
grade permanece indefinida, mas, em se tratando do SBT, isso não chega a
ser exatamente extraordinário.
Na Record, continua tudo show
A Record até ensaiou mas, dentre as grandes emissoras, é a que deve fazer menos alterações em seu domingo. Por duas vezes, Geraldo Luís – a grande pedra no sapato de Globo e SBT – quase esteve fora. Na primeira, como uma represália por ter reclamado, ao vivo, da edição de uma matéria do “Domingo Show”,
no dia da cobertura da votação do impeachment da então presidente Dilma
Rousseff na Câmara dos Deputados. Luiz Bacci assumiu o programa por
algumas semanas, mas, com medo de perder Geraldo para a concorrência, a
Record tratou de reconduzi-lo ao seu posto.
Aparada essa aresta com Geraldo Luís, a
emissora tratou logo de assegurar o seu passe. Mas, uma vez renovado o
contrato, iniciou-se outra novela, que deveria ter se restringido às
salas de reuniões, mas acabou exposta por vários jornalistas. A Record fazia questão de seu nome para comandar um único programa nas noites de segunda a sexta,
por julgar que ele era o único capaz de enfrentar e vencer Carlos
Massa, o Ratinho. Se essa ideia tivesse vingado, o plano era promover o
retorno de Gugu ao domingo. Mas Geraldo fechou questão e recusou a
proposta. Após várias rodadas de negociações, ele conseguiu se impor.
Agora, apresentador e Record encerram o ano em clima de lua de mel. Mas,
até quando?
Rodrigo Faro, por sua
vez, segue intocável. Não é a toa: venceu Eliana na esmagadora maioria
dos confrontos diretos. Se isso não bastasse, ainda incomodou a Globo em
algumas ocasiões. Mesmo diante da final da Dança dos Famosos, em 11 de
dezembro, Faro se agigantou, ainda que para isso, tenha subestimado a memória de seu público e se envolvido em uma polêmica
ao promover um primeiro encontro – que, na verdade, já tinha
acontecido – entre Leonardo e um fã mirim. A única novidade sobre esse
dia pode vir de Xuxa: segundo a rádio-corredor da emissora quer um
espaço no horário nobre, sucedendo ao “Domingo Espetacular”. Mas o
destino da eterna Rainha dos Baixinhos é assunto para outro texto.
A RedeTV! pegou o banquinho…
Beneficiada pela decisão de Silvio Santos, a RedeTV! deve ser o próximo destino de Raul Gil. Por opção própria, no entanto, o animador deve deixar o dia que o consagrou e migrar para o domingo. O “Programa Raul Gil” terá cinco horas de duração, entre 15h e 20h, antecedendo ao “Encrenca”. Com isso, o “Sensacional”, de Daniela Albuquerque, deve ser remanejado.
Para se armar contra a forte
concorrência – o combo filme / futebol / Faustão na Globo, Eliana no SBT
e Faro na Record – Raul Gil pretende apostar numa mistura de seus
quadros clássicos (banquinho, chapéu e competições de calouros), com
outros formatos planejados especialmente para este dia. Mas, se ele vai
conseguir tirar público de outras emissoras, é impossível prever:
somente após a estreia será possível avaliar se a troca será um negócio
vantajoso.
E, na Band, quando o pânico bater, vá de “MasterChef”
A Band, por fim, deve seguir sem grandes
novidades, a exceção do “Pânico na Band”, que promete uma das mais
profundas reformulações de sua história. Como primeiro passo, foi
anunciada a saída do diretor Alan Rapp.
Marcelo Nascimento, ex- “Superpop” e “Muito +” fica com a vaga:
busca-se alguém com ideias novas. Enfrentando uma crise, a emissora – a
exemplo do que já havia feito com o Brasileirão – abriu mão dos direitos
do Campeonato Paulista em 2017.
A única novidade para as primeiras semanas não é exatamente inédita. Depois de produzir duas versões do reality comandado por Ana Paula Padrão
neste ano – para amadores e profissionais -, a emissora dos Saad vai
apostar na reexibição de uma terceira vertente, a competição para
cozinheiros mirins. Apresentado originalmente em 2015, o “MasterChef Júnior” conta com nove episódios e volta à grade da Band em 1º de janeiro, domingo, às 17h30. Já dizia o ditado: “Quem nunca comeu melado, quando come, se lambuza”.
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