17 de julho de 2012

Brasil terá 106 cidades com apenas um candidato à prefeitura nas eleições deste ano

O prefeito de Westfália (RS), Sérgio Marasca (à esquerda), do PT, ao lado de seu vice, Otávio Landmeier (PMDB). A dupla é candidata à reeleição sem adversários
O prefeito de Westfália (RS), Sérgio Marasca (à esquerda), do PT, ao lado de seu vice, Otávio Landmeier (PMDB). A dupla é candidata à reeleição sem adversários
Nas eleições municipais de outubro os eleitores de Westfália, município de 2.793 habitantes de acordo com o último censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), não terão nenhuma dúvida na hora de escolher seu candidato à prefeitura da cidade. O único nome disponível será o do atual prefeito, Sérgio Marasca (PT), que repete a dobradinha vitoriosa em 2008 com seu vice, Otávio Landmeier (PMDB).
De acordo com dados do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), 106 cidades terão candidato único nas eleições deste ano no Brasil. A base de dados é a divulgada pelo TSE no dia 15 de julho. Nesses casos, além do nome de um candidato, restará ao eleitor apenas a opção de votar em branco ou anular o voto.
Segundo a legislação eleitoral, para ser eleito prefeito, um candidato deve obter 50% de todos os votos válidos mais um voto, nas cidades com mais 200 mil eleitores. Nas cidades com menos eleitores do que este número, vence quem obtiver a maioria simples dos votos válidos. Nulos e brancos não são válidos. Assim, na prática, um candidato único só não é eleito se nem ele votar nele mesmo.

Veja as cidades com apenas um candidato a prefeito

De acordo com o artigo 244 do Código Eleitoral, “se a nulidade atingir a mais de metade dos votos do país nas eleições presidenciais, do Estado nas eleições federais e estaduais ou do município nas eleições municipais, julgar-se-ão prejudicadas as demais votações e o tribunal marcará dia para nova eleição dentro do prazo de 20 a 40 dias".
Apesar disso, o TSE entende que a “nulidade” descrita no código é apenas considerada no caso da anulação de votos dados a candidatos, pela constatação de fraudes ou outros problemas. Logo, os votos nulos espontâneos não entram nessa conta.
  • O prefeito de Marmeleiro (PR), Luiz Bandeira, não tem adversários

'Para que candidato de oposição?'

“Olha, vou dizer o quê? A construção da minha candidatura foi um processo transparente”, afirma o prefeito de Westfália.
“As pesquisas indicam que temos a aprovação de mais de 80% da população, aí os outros partidos [além do PT e PMDB, estão presentes no município PDT, PP e PSDB], tiveram a grandeza de não lançar nenhum nome”, diz Marasca.
“Por qual motivo os eleitores tem que ter um candidato da oposição para votar?”, diz a vereadora Evanete Inez Horst Grave, presidente do PDT no município –- a sigla sai com uma chapa de oposição para a Câmara Municipal.
“Se a administração é bem avaliada, coerente e realiza um bom trabalho, não há motivo para haver oposição”, afirma a vereadora. Apesar da falta de concorrência, Marasca diz que vai fazer campanha, com distribuição de santinhos e tudo.
No Rio Grande do Sul, 20 municípios terão candidatos únicos.

Marmeleiro

Em Marmeleiro, município do Paraná com 13.496 habitantes, a situação dos eleitores é a mesma. Na urna eletrônica, haverá apenas o nome do prefeito Luiz Fernando Bandeira, candidato à reeleição pelo PP.
Ele disse não ter trabalhado pela candidatura única e que foi um encaminhamento natural.
“A gente conversou com os partidos e fez sondagens antes de concluir que o melhor era eu ser o único candidato mesmo”, diz Bandeira.
“É um sinal de que a administração é bem avaliada

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