A Globo estreou na noite desta segunda-feira (31), a sua nova novela das nove, "A Regra do Jogo",
de autoria de João Emanuel Carneiro e direção de Amora Mautner. A dupla
também esteve à frente do último grande fenômeno do horário, "Avenida
Brasil" (2012).
Logo de cara, uma surpresa. O primeiro capítulo foi nomeado de "A
outra face", algo inédito em telenovelas, dando um ar de seriado.
"A Regra do Jogo" já mostrou a que veio. Sem querer inventar a roda, o
autor provou porque é dono de quatro sucessos incontestáveis. O bem e o
mal andando lado a lado, a boa fotografia (mérito da equipe de produção
e direção) e cenas que requerem superprodução, como quando Romero
Rômulo (Alexandre Nero) estava num banco tentando intermediar um
assalto, com direito até a helicóptero.
Cena esta, aliás, com tomadas aéreas, carro-forte e uma perseguição
policial de tirar o fôlego, algo não visto há algum tempo em produções
do canal. A direção, mais uma vez, mostrou sua competência por conseguir
executar um trabalho tão minucioso e verossímil.
Caixa cênica
Muitos estavam curiosos para saber como seria no vídeo a famigerada
"caixa cênica", desenvolvida pela diretora de núcleo, Amora Mautner, com
inspiração em realities de confinamento como o "Big Brother Brasil". É
nítida a liberdade dos atores e o realismo das cenas com as câmeras
escondidas. Uma inovação que deu certo e certamente será tendência em
produções futuras.
A estrela
Giovanna Antonelli ratificou seu talento. Mocinha ou vilã, a atriz
sempre convence. Desta vez, como a golpista Atena, ela certamente
lançará tendências como sua risada debochada e sarcasmo, que logo vão
ganhar memes na internet e torcedores na rede.
Vanessa Giácomo no papel da desesperada Tóia e Cauâ Reymond como o
ex-presidiário Juliano também merecem destaque, assim como Djanira,
interpretada por Cássia Kis Magro.
O primeiro capítulo ficou focado nas histórias principais para o
público não se embriagar de núcleos. Carneiro é inteligente e mais uma
boa história para contar em mãos, sem outros autores principais para
fazê-lo se perder e fugir daquilo que quer mostrar.
"A Regra do Jogo" dispensa comparações com sua antecessora. Isso sim
pode ser considerado dramaturgia, ainda que tenha sido só o primeiro
capítulo. No entanto, sem cautela, não é difícil de prever que o
folhetim retomará o trilho das nove depois dos cacos deixados por
"Babilônia".
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