30 de agosto de 2012

TRE confirma pedido de tropas federais e lista mais de 30 candidatos de milícias

 
O presidente do Tribunal Regional Eleitoral, Luiz Zveiter, confirmou nesta quinta-feira o pedido feito às Forças Armadas para reforçarem a segurança no Rio antes mesmo das eleições de outubro. De acordo com o desembargador, a ideia é que o Exército e a Marinha apoiem a polícia. Os principais alvos na capital serão o Complexo da Maré, em Ramos; a Favela do Jacarezinho, no Jacaré; e a Zona Oeste, territórios dominados por traficantes e milicianos. Além disso, o TRE deseja ver as tropas em São Gonçalo, Magé e Itaboraí.
O pedido inicial era para que os militares entrassem em ação a partir de amanhã. Segundo o presidente do TRE, o governador Sérgio Cabral já teria concordado com a requisição de tropas federais. Luiz Zveiter revelou também a existência de uma relação de cerca de 30 candidatos ligados a milícias no Grande Rio, fornecida pela Secretaria de Segurança Pública.
— A nossa ideia é entrar com as Forças Armadas em favelas não pacificadas e que elas fiquem até o fim segundo turno. O Exército e a Marinha têm um grande contingente aqui e o governador já deu a sua anuência. Mas o nosso maior trabalho deve ser no dia da eleição — explicou Zveiter, acrescentando com uma piada, meio a sério, meio à brinca:
— Vou ver se requisito o Maracanã para pôr tanta gente presa.
Segundo o presidente do TRE, a lista de supostos candidatos de milícias ainda é preliminar. Por ora, não há processos abertos para anulação dessas candidaturas.
— A Secretaria de Segurança já nos enviou uma lista com nomes, mas a polícia ainda não abriu inquéritos contra essas pessoas. São mais de 30 nomes — disse ele.
Luiz Zveiter lembrou um episódio justificando a necessidade das tropas federais:
— Outro dia, o nosso corregedor (juiz Antônio Augusto Gaspar) seguia para a Região dos Lagos quando avistou um ônibus quebrado, mas com pessoas armadas, em Marambaia, em São Gonçalo. Era gente de um candidato que dizia que ali o Estado não entrava. Mandamos mais de 40 homens para lá.

Há denúncias até de uso da máquina pública em determinadas ruas onde só há propaganda de um candidato
Luiz Zveiter

Para evitar a pressão de criminosos contra os eleitores, o Tribunal Superior Eleitoral proibiu o uso de telefones celulares e máquinas fotográficas nas sessões eleitorais. A medida visa a impedir que as pessoas se sintam obrigadas a seguir o voto de cabresto. No Rio, a ordem do TRE é vistoriar todo mundo antes da votação.
— Faremos vistorias. Os eleitores terão que deixar seus aparelhos na mesa antes de votar. O mesário que não cumprir isso será preso. Teremos também uma central de monitoramento para acompanhar o andamento da votação nas sessões eleitorais. Mas o eleitor precisa saber que o seu voto é inviolável, que não há como descobrir em quem ele votou — disse Zveiter.
Amanhã, o TRE desencadeará uma megaoperação, que deverá durar todo o fim de semana e reunirá 70 pessoas, inclusive policiais, contra candidatos que exploram propaganda irregular:
— Faremos essa operação, que será grande. Há denúncias até de uso da máquina pública em determinadas ruas onde só há propaganda de um candidato. O problema é que enxugamos gelo. A fiscalização vai, recolhe o material e, no dia seguinte, os caras voltam. E nós voltamos também. Pelo menos, eles são obrigados a gastar mais dinheiro

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