2 de junho de 2015

Show de Bibi Ferreira com repertório de Frank Sinatra é sucesso !

Show de Bibi Ferreira com repertório de Frank Sinatra foi prorrogado: atriz levará espetáculo para Nova York Foto: Wilian Aguiar / Divulgação

Assistir a Bibi Ferreira entoar os versos de Frank Sinatra é receita para arrepio fácil, olhos marejados e, por vezes, gestos descontrolados. Não à toa, o novo show da consagrada atriz, cantora e diretora tem lotado, às terças e quartas-feiras, o Teatro Net Rio. O sucesso, aliás, foi prorrogado até 10 de julho. Aos 93 anos — completados nesta segunda-feira, numa comemoração simples com a família —, Bibi não vislumbra o momento em que se aposentará dos palcos. Quer trabalhar até o fim da vida, sempre com alegria, “porque o mau humor é um vício”. Ao público, ela revela, entre uma canção e outra, sem vergonha, a apreensão de fazer o espetáculo em Nova York, nos Estados Unidos, no fim do ano. “É muito calmante, médico e ambulância”, brinca.
Frank Sinatra
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“Nesse tempo todo em que fiz Edith Piaf, Amália Rodrigues e Carlos Gardel, meu empresário sempre me cobrou um espetáculo em inglês. Seguindo a linha dos artistas que cantei, sempre ícones e lendas, Sinatra foi quase uma lógica. As grandes canções do músico estão na lista das melhores músicas de quase todo mundo. Quem não gosta de Sinatra? Ninguém cantou o amor e a paixão como ele”.
Status de mito

Dou risada quando falam sobre mim como mito ou diva. Sou uma mulher que trabalha muito e responsável pelo que estou fazendo
Bibi Ferreira
“Dou risada quando falam sobre mim como mito ou diva. Sou uma mulher que trabalha muito e responsável pelo que estou fazendo. Mas agradeço. Acho que os rótulos existem para comemorar ou simplificar o entendimento das coisas. O que eu sei mesmo é que entro em cena, há quase 75 anos, com o mesmo compromisso de quando estreei com meu pai (o ator Procópio Ferreira). Dou o meu melhor. Respeito o público”.

Nervosismo
“Já avisei para a minha equipe: no dia em que eu não reclamar do frio no estômago antes de entrar em cena e não pedir café com manteiga, para lubrificar a garganta, não me deixem entrar! Perdi o juízo”.
Sucesso
“Hoje minha empolgação é outra. É muito maior. A minha felicidade é enorme ao ver o teatro cheio, as pessoas saírem de casa para me ver. Mas sabe o que é isso? Eu sei: é credibilidade! (risos). Não faço nem TV nem cinema, lembre-se disso”.
Rotina

Já acordo alegre. Levanto muito bem disposta. Se algo mais sério acontece durante o dia, aí é outra coisa. Mas a gente resolve e depois acorda novamente de bom humor
Bibi Ferreira
“Desde o fim do ano passado, quando passei por um pequeno susto com meu coração e coloquei um stent, tenho feito fisioterapia. Mas sou preguiçosa. Durmo tarde e acordo tarde. Leio muito. São cinco ou seis livros ao mesmo tempo. Mas cultivo, sim, um hábito: é o bom humor. Já acordo alegre. Levanto muito bem disposta. Se algo mais sério acontece durante o dia, aí é outra coisa. Mas a gente resolve e depois acorda novamente de bom humor. É muito importante a pessoa não se viciar em ser mal-humorada. O mau humor começa como costume e acaba como vício. É assim!”.
Vida reservada

Não gosto de jogar conversa fora. Se for algo importante, pode falar. Sempre trabalhei muito, numa vida corrida, viajando demais. Hoje em dia, para falar por falar, prefiro ler
Bibi Ferreira
“Não há motivos para isso. É da minha personalidade. Não gosto de jogar conversa fora. Se for algo importante, pode falar. Sempre trabalhei muito, numa vida corrida, viajando demais. Hoje em dia, para falar por falar, prefiro ler. O universo é maior. Mas não deixo de estar com amigos e dar boas gargalhadas. Gosto de ver filmes e adoro balés”.

Boa memória
“Agradeço a Deus, todos os dias, por minha lucidez. Para o artista, memória é mais uma questão de prazer. A arte do artista não é decorar, e, sim, interpretar. A mágica está nisso! Por insistência do meu empresário, aceitei que colocassem duas TVs no chão do palco, com as letras. É um conforto muito grande. Numa dúvida, basta baixar os olhos. O mais difícil, porém, é cantar. Esse é o desafio”.
Medos
“Tenho medo da violência das ruas, da má administração do país, do mundo que estamos construindo, dos maus cuidados que temos com a natureza. De fantasma, não. Do palco, jamais. Apenas muito respeito, sempre”.

Levo a sério a morte em si, mas o amargor da morte me deixa atropelada. Se vem com dor é muito ruim. O ser humano nasceu para sorrir, para falar bonito, para ser otimista e para voar
Bibi Ferreira
Morte
“Sou uma mulher de muita fé. Rezo e agradeço a Deus pelo quanto me sinto abençoada. Quanto à morte, não tenho problemas. Assinei a autorização para que seja cremada, mas sou apaixonada pela vida. Levo a sério a morte em si, mas o amargor da morte me deixa atropelada. Se vem com dor é muito ruim. O ser humano nasceu para sorrir, para falar bonito, para ser otimista e para voar”.
Trabalho
“É claro que quero trabalhar até o fim da vida. Lógico. É como você... Você não vive do seu trabalho? Eu também! Não vivo de rendas. O espetáculo sobre Sinatra está no auge do sucesso. Mas daqui a pouco o público vai cansar e tal. E aí tenho que pensar em outra coisa, né? Já estamos preparando um show sobre Dorival Caymmi. Vai ser muito lindo. Estou ansiosa para fazer”.

Aniversário
“Vou comemorar com quem me rodeia de perto. Para dar festa, fico cansada. Gosto de simplicidade! Se dou festa, tenho que me dividir entre 35, 40, 50 pessoas. E aí já não pertenço a nenhuma delas, tampouco a mim mesma!”

Sobre o que ainda quero fazer, eu digo: calma. Uma coisa de cada vez. Não quero colocar minha vida num ritmo alucinante
Bibi Ferreira
Sonhos
“Sobre o que ainda quero fazer, eu digo: calma. Uma coisa de cada vez. Não quero colocar minha vida num ritmo alucinante, como já tive, e como a maioria das pessoas faz. Vou com calma, curtindo aquilo que estou fazendo. Sei que tenho uma agenda grande até o final do ano, pois são mais de 60 shows. Ainda volto para Nova York. Já imaginou a responsabilidade de cantar o Sinatra lá? Ah, isso me dá medo (risos)...

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