O ano televisivo foi pródigo em momentos importantes para a causa gay. Quase todas as emissoras tiveram o seu.
Cito aqui os que mais me marcaram, mas houve muitos outros --ainda bem. Então vamos lá:
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Reprodução/TV Globo | ||
O assassinato de Gilvan em "Insensato Coração"
A novela de Gilberto Braga e Ricardo Linhares teve meia dúzia de personagens LGBT, e bem variados: do afetado Roni (Leonardo Miggiorin) à viril Araci (Cristiana de Oliveira). Pena que o romance entre Hugo (Marcos Damigo) e Eduardo (Rodrigo Andrade) foi esterilizado, apesar do final feliz com direito a união civil. Mas a trama mais impactante foi mesmo a que culminou na morte do pobre Gilvan, surrado por uma turma de pitboys. -
A novela de Gilberto Braga e Ricardo Linhares teve meia dúzia de personagens LGBT, e bem variados: do afetado Roni (Leonardo Miggiorin) à viril Araci (Cristiana de Oliveira). Pena que o romance entre Hugo (Marcos Damigo) e Eduardo (Rodrigo Andrade) foi esterilizado, apesar do final feliz com direito a união civil. Mas a trama mais impactante foi mesmo a que culminou na morte do pobre Gilvan, surrado por uma turma de pitboys. -
Patricia Stavis/Folhapress | ||
A resposta de Marcelo Tas a Jair Bolsonaro
As declarações do deputado fluminense, que entendeu errado uma pergunta de Preta Gil no "CQC" e destampou um poço de preconceitos e grossuras, escandalizaram metade do país (a outra metade, infelizmente, gostaria de votar nele nas próximas eleições). Mas, de todas as reações que o brucutu provocou, nenhuma foi tão ferina e profunda quanto a de Marcelo Tas. Na semana seguinte, o apresentador do programa proclamou ao vivo e a cores todo o amor e orgulho que sente pela filha Luiza, que é lésbica. Uma aula de civilização depois da barbárie.
As declarações do deputado fluminense, que entendeu errado uma pergunta de Preta Gil no "CQC" e destampou um poço de preconceitos e grossuras, escandalizaram metade do país (a outra metade, infelizmente, gostaria de votar nele nas próximas eleições). Mas, de todas as reações que o brucutu provocou, nenhuma foi tão ferina e profunda quanto a de Marcelo Tas. Na semana seguinte, o apresentador do programa proclamou ao vivo e a cores todo o amor e orgulho que sente pela filha Luiza, que é lésbica. Uma aula de civilização depois da barbárie.
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SBT | ||
O beijo lésbico em "Amor e Revolução"
O autor Tiago Santiago foi esperto. Aproveitando a polêmica que já envolvia "Insensato Coração" --
"afinal, o beijo gay sai ou não sai?"-- ele correu na frente e botou as personagens de Luciana Vendramini e Giselle Tigre para se agarrarem em sua novela. Teve muita repercussão, mas não reverteu em audiência. Alguns meses depois, a direção do SBT vetou um novo beijo gay na trama, dessa vez entre dois homens. Um passinho para frente, um passinho para trás.
O autor Tiago Santiago foi esperto. Aproveitando a polêmica que já envolvia "Insensato Coração" --
"afinal, o beijo gay sai ou não sai?"-- ele correu na frente e botou as personagens de Luciana Vendramini e Giselle Tigre para se agarrarem em sua novela. Teve muita repercussão, mas não reverteu em audiência. Alguns meses depois, a direção do SBT vetou um novo beijo gay na trama, dessa vez entre dois homens. Um passinho para frente, um passinho para trás.
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Divulgação | ||
A sexualidade irrelevante dos gays no "BBB"
A 11ª edição do reality show mais popular do país teve bastante diversidade: dois homens gays, uma mulher bissexual e uma transexual. -
A 11ª edição do reality show mais popular do país teve bastante diversidade: dois homens gays, uma mulher bissexual e uma transexual. -
Mastrangelo Reino/Folhapress | ||
A discreta saída do armário de Marco Nanini
Este momento não aconteceu em frente às câmeras, mas sim nas páginas de uma revista cultural, a "Bravo". O ator global se assumiu durante uma entrevista, com toda a tranquilidade. A notícia --que não chocou absolutamente ninguém-- repercutiu em alguns sites de celebridades, e só. Nanini tem a seu favor o talento consagrado e o fato de não ser um galãzinho. Coisa semelhante acontece em Hollywood, onde só atores mais velhos, como Ian MacKellen, podem deixar o closet sem o risco de abortar a própria carreira. Mas já é um avanço.
Este momento não aconteceu em frente às câmeras, mas sim nas páginas de uma revista cultural, a "Bravo". O ator global se assumiu durante uma entrevista, com toda a tranquilidade. A notícia --que não chocou absolutamente ninguém-- repercutiu em alguns sites de celebridades, e só. Nanini tem a seu favor o talento consagrado e o fato de não ser um galãzinho. Coisa semelhante acontece em Hollywood, onde só atores mais velhos, como Ian MacKellen, podem deixar o closet sem o risco de abortar a própria carreira. Mas já é um avanço.
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Também merecem destaque o namoro entre dois rapazes em "Ti Ti Ti", adaptada por Maria Adelaide Amaral, e o exagerado Crô (Marcelo Serrado) de "Fina Estampa" --sinal de que os caricatos ainda têm muito espaço na TV. Aliás, taí a Valéria do "Zorra Total" que não me deixa mentir. Mas agora também há lugar para tipos mais diversos, e isto é ótimo. Visibilidade é poder.
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